Nova York – NRF 2013 – Após a apresentação de Kofi Annan, a NRF 2013 trouxe uma apresentação de 3 CEOs reconhecidos pelo seu engajamento na construção de negócios conscientes.
Howard Schultz, Chairman e CEO da Starbucks, Walter Robbs, Co-CEO da Whole Foods e Kipp Tindell, Chairman e CEO da The Container Store promoveram um debate sobre a nova, decisiva e prioritária responsabilidade das corporações e empresas na criação de uma nova ética de negócios. Como os empresários e executivos unidos podem trabalhar juntos e amplificar melhores práticas e tomar atitudes positivas para a criação de empregos, carreiras e mais prosperidade para nações e cidadãos? Howard Schultz e Walter Robbs fizeram breves apresentações e depois juntaram-se a Kipp Tindell para um debate. O tema da apresentação foi:
“Liderança consciente: um chamado para o setor varejista e todos os outros para a ação.”
Walter Robbs foi o primeiro a tomar a palavra. Ele rapidamente procurou demonstrar como a Whole Foods foi estruturada para ter lojas que funcionem junto à comunidade e que possam trazer alegria e conexões valiosas para as pessoas. Walter mostrou as iniciativas sociais e voluntárias da Whole Foods, dentro de um contexto no qual o governo pede esse tipo e comportamento das empresas. A Whole Foods orgulha-se de sua transparência. A empresa mobiliza mais de 60 mil colaboradores em 340 unidades e valoriza intensamente seus fornecedores, além de investir em ações sociais. Por meio da Whole Kids Foundation, a empresa consegue destinar alimentação nutritiva e saudável às escolas dentro do objetivo de lutar e eliminar o crescimento da epidêmica obesidade infantil no mundo.
Na sequência, Howard Schultz fez uma apresentação contundente. O grande mentor e CEO da maior rede de cafeterias do mundo quer o fim da passividade. Há um vácuo de liderança no mundo atual. Tanto na política quanto nas empresas.
As estratégias de marketing e relações públicas tradicionais já não são a reposta para o enfrentamento dos enormes desafios apresentados aos executivos de todas as empresas.
Schultz falou com vigor sobre a necessidade de uma liderança mais firme para conduzir e inspirar pessoas rumo a um futuro mais promissor. O mundo inteiro hoje fala sobre o perigo representado pelo abismo fiscal (fiscal cliff) justamente porque falta aos EUA uma liderança capaz de conduzir o país no sentido certo, capaz de reduzir o déficit gigantesco ao mesmo tempo em que respeita e incentiva a atividade empresarial.Na verdade, os EUA sofrem com um “abismo de consciência” diante dos grandes desafios dos tempos atuais.
Como exemplo, o CEO da Starbucks, comentou que congressistas e senadores alertam para o fato de que os próximos 60 dias serão piores que os últimos 60. Como investir, como recuperar a confiança das pessoas, como motivar equipes diante de um cenário desses? A promessa do sonho americano, que gerações anteriores legaram para os cidadãos atuais parece se perder. Há mais oportunidades espalhadas pelo mundo do que no país.
Howard Schultz então fez um apelo para todos os executivos, CEOs e lideranças corporativas: “Nós temos de ter uma voz! Temos de nos comprometer, o mundo está ansiando pela liderança dos EUA! E estamos vivendo normalmente como se tudo estivesse ok. Nossa voz precisa ser ouvida, como homens de negócios e cidadãos na capital do país!”
Inspirador
O executivo procurou destacar que a responsabilidade das lideranças mudou São novos padrões e desafios que obrigam os empresários a se engajar nos processos políticos. Mas nunca como doadores de recursos para campanhas. E sim como uma voz que merece ser respeitada porque gera empregos, porque está preocupada com os destinos do mundo e porque é capas de inovar e propor soluções.
Nesse momento, Walter Robbs da Whole Foods intercedeu: “É muito frustrante ver como somos incompreendidos e o quanto nosso trabalho sério, tudo o que investimos e o quanto acreditamos nesse país simplesmente não encontra eco na classe política.”
E Walter complementou: “Os negócios são a maior força transformadora do mundo. E nós temos que demonstrar isso. Há várias formas de como podemos agir para mostrar e impactar positivamente o mundo. Podemos fazer uma diferença significativa com nosso trabalho para o mundo. Há necessidade fora das empresas e temos de atendê-las.”
Howard Schultz prosseguiu com novas ideias que valorizam sua cruzada por uma nova forma de liderança. Enfatizou que há um gap de confiança de algumas instituições como os bancos por exemplo e mesmo nas grandes companhias. E disse que o caminho da transparência é essencial para criar confiança e inspirar pessoas. As pessoas estão clamando por encontrar alguém em quem possam confiar. E as empresas podem galvanizar essa confiança com seu trabalho, disseminando e atendendo expectativas.
Kipp Tindell que moderou o debate comentou que o capitalismo sofreu uma grande crise de relações públicas com a crise de 2008. As práticas de uma certa derivação dos princípios originais do capitalismo foi o responsável pelos problemas que afligem a economia da Europa e dos EUA. O Co-CEO da Whole Foods emendou chamando a atenção para o fato de que a confiança deriva de um propósito. “O nosso turnaround é baixo porque nosso time sabe que está fazendo um bem para o mundo e não simplesmente trabalhando em uma empresa.”
Howard Schultz encerrou o debate realmente inspirador, repleto de ideias poderosas com uma argumentação de impacto: “Nós podemos inspirar as pessoas, nossos colaboradores de um modo único. Não há nada de forte em encarar milhares de funcionários sem expressar sentimentos. Todos queremos alguma coisa, conquistar algo. E nós queremos ter sucesso em criar um ambiente no qual o sucesso possa ser dividido entre todos. O sucesso é válido quando pode ser dividido por todos.
Será que assistimos ao nascimento real de um novo padrão de liderança, capaz de conduzir as pessoas para um caminho mais próspero e virtuoso?
O tempo dirá. Mas as lições e reflexões de Howard Schultz foram profundamente inspiradoras.
*Jacques Meir é Diretor de Marketing e Branding do Grupo Padrão e enviado especial para a cobertura analítica do conteúdo da NRF.
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